1 – Aquiles e a tartaruga
E, quando o herói tiver percorrido 550 metros, a tartaruga terá se deslocado 5 metros adiante. Depois de Aquiles vencer os 555 metros, o animal estará 0,5 metros na frente, depois 0,25 metros, e mais 0,125 na dianteira, e assim por diante em um processo que se repete sucessivamente. O paradoxo serve para provar que o grego jamais ultrapassará a tartaruga, já que toda vez que ele chega onde o animal estava, o bichinho se encontra em outro lugar.
No fundo, todo mundo sabe que Aquiles é capaz de vencer da tartaruga, não é mesmo? Mas, para entender este paradoxo, não devemos pensar em distâncias e competições. Em vez disso, devemos compreendê-lo como um exemplo de como qualquer valor finito sempre pode ser dividido infinitas vezes, independente de quão pequenas as divisões se tornem.
2 – Paradoxo de Bootstrap
Este paradoxo brinca com a ideia de viagem no tempo e levanta questões sobre como algo que pode existir sem ter sido criado. Assim, imagine que um viajante no tempo compra uma cópia de Hamlet em uma livraria qualquer e volta à Inglaterra Elisabetana e entrega o livro a Shakespeare, que copia o conteúdo e o publica como sendo de sua autoria.
Ao longo dos séculos, Hamlet é reproduzido incontáveis vezes até que uma cópia acaba indo parar na mesma livraria na qual o viajante no tempo encontrou o livro. Ele o compra novamente e o leva de volta a Shakespeare e o processo se repete. A pergunta é: quem, afinal, é o autor original da obra?
3 – Verdade ou mentira?
Imagine que você está segurando um cartão no qual existem duas mensagens — A e B — escritas, uma na frente e a outra no verso. A mensagem A diz “A afirmação escrita do outro lado deste cartão é verdadeira”, enquanto a mensagem B diz “A afirmação escrita do outro lado deste cartão é falsa”. O paradoxo aqui surge quando tentamos determinar qual das duas mensagens é a verdadeira.
Assim, se a mensagem A for verdadeira, isso significa que a mensagem B também é — e que a A, portanto, só pode ser falsa. Por outro lado, se a mensagem A for falsa, então a mensagem B é falsa também, o que, em consequência, torna a mensagem A verdadeira.
Este paradoxo foi proposto pelo britânico Philip Jourdain no início do século 20, e trata-se de uma variação do Paradoxo do Mentiroso que demonstra que quando atribuímos um valor verdadeiro a uma afirmação cujo conteúdo transmite a ideia de “verdadeiro” ou “falso” criamos uma contradição.
4 – Paradoxo do Crocodilo
Imagine que um belo dia um crocodilo rouba um menino que estava dando sopa na beira de um rio. A mãe da criança suplica ao animal que devolva seu filho em segurança, e o crocodilo responde que só fará isso se a mulher adivinhar corretamente se ele vai ou não devolver o menino. Assim, se a mãe disser que o crocodilo vai devolver o garoto e acertar, o animal entrega o menino, e se a mulher errar a resposta, o animal fica com o filho dela.
Por outro lado, se a mulher responder que o crocodilo não vai devolver a criança, nos deparamos com um paradoxo! Se a mãe estiver certa e o animal realmente não tinha intenção de dar o garoto de volta, isso significa que o crocodilo tem que devolver a criança. Contudo, ao fazer isso, o animal quebra sua palavra e contradiz a resposta da mãe.
Além disso, se a mulher estiver errada — e o crocodilo realmente tinha intenção de devolver o menino —, isso significa que o animal deverá ficar com o garoto apesar de querer devolvê-lo, também quebrando sua palavra. Este paradoxo (ou dilema) se tornou bem conhecido durante a Idade Média, e serve para demonstrar o que pode acontecer quando admitimos algo que pode ser usado contra nós mesmos mais tarde.
Bootstrap = "Em algum lugar do passado" ou "Somewhere in time"
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